Cordas de tripa de carneiro
Cordas de tripa eram usadas no passado, desde os primeiros violinos produzidos por Antonio Stradivari por volta de 1700, nas apresentações prodigiosas de Niccolò Paganini. Nos anos 50 ainda se via apresentações de músicos famosos tocando cordas de tripa, elas ainda eram vistas até a pouco tempo atrás, até serem esquecidas por causa das cordas sintéticas.
Elas são fabricadas de diversas maneiras, podem ser fabricadas com tripa de carneiro pura, ou podem vir com um fio de fina espessura enrrolada na corda. Este fio pode ser de cobre, nickel ou prata. Atualmente a Pirastro, uma das maiores fabricante de cordas de violino, vende cordas de tripa de carneiro pura (Chorda) e cordas de tripa revestidas de prata (Pirastro Oliv, Passione, Gold e Eudoxa).
Para fabricar essas cordas, cada fabricante utiliza um metódo para fabricar.
Geralmente a tripa é cortada em tiras, é salgada, lavada e é deixada de molho numa solução anti-bactericida, depois ela é cortada em tiras ainda mais finas, ela é torcida, e secada. Todo o processo é monitorado por computador.
Making violin string
How Gut Strings are made
Quem ainda usa cordas de tripa?
Cordas de tripas de carneiro ainda que pouco comuns, são compradas por curiosos ou musicos de orquestras barrocas, que procuram nas suas apresentações preservar com o máximo de fidelidade a forma como a música era tocada no período barroco, aonde se destacava grande nomes como Johann Sebastian Bach, Corelli, Vivaldi, Pachebel's entre outros.
Músicos do período barroco
Como naquela época não existia muito conforto para o músico violinista, os músicos barrocos se apresentam com as mesmas limitações, que inclui a não utilização de acessórios como a espaleira e queixeira. O próprio fato do violinista usar um violino barroco, já é uma limitação já que é um violino mais difícil de tocar, principalmente aliado a uma corda de tripa, o musico terá respostas mais lentas durante a execução do instrumento.
O que é queixeira?
Queixeira é um acessório que fica entre o queixo e o violino. Ela é feita de madeira, geralmente é utilizado o ébano, ou rosewood e é presa ao violino através de uma espécie de gancho, com uma cortiça (material presente na rolha do vinho) para não arranhar o instrumento. Existem vários modelos de queixeira, a mais popular é a Guarnieri. Para a maioria das pessoas sem ela o violino pode ficar solto, podendo até cair no chão, além de ser mais difícil de tocar. Existem alguns modelo menos populares que são feitos de Jujuba, Pau-Cobra, ou Composite no caso da espaleira da Wittner.
O que é espaleira?
Espaleira é um acessório que fica entre o violino e o ombro. Assim como a queixeira tem o propósito de dar mais firmeza no violino. Sem ela existe um risco ainda maior do violino escapar, e dificulta ainda mais a execução de efeitos sonoros como o vibrato por exemplo.
Entre os grandes violinistas, as espaleiras mais usadas são a Bravo da Kum, Mach One e a Bonmusica.
Foto: Espaleira
http://www.flickr.com/photos/9003475@N08/13574273845
Os acessórios alteram a qualidade do som?
Sim. Na música barroca é ultilizado o mínimo de matéria possível no violino, pois o peso dos acessórios e o próprio material usado, pode prejudicar a condução das vibrações sonoras no violino, afetando a projeção do som e o timbre. Quanto menos aço e materiais sintéticos o violino tiver, teoricamente melhor será o som. Essa regra só não vale para as cordas.
Violinistas mais experientes, usam o microafinador apenas na corda mí, para não prejudicar o timbre do intrumento. Outros usam espaleiras como a Kum Bravo que possui materiais especiais, como o latão que é usado para na construção de sinos das igrejas, e possue propriedades acústicas, e o Marple que é uma madeira usada para construir o próprio violino e é uma das melhores para a condução do som. Assim o timbre não será prejudicado. Essa estratégia deve ser adotada na compra de qualquer acessório para o violino.
Cordas de tripa são mais difíceis de tocar?
Sim. Por ser feita de material orgânico as cordas absorvem a umidade presente no ar e isso faz com que o tamanho delas cresça ou diminua. Isso faz com que ela desafine com muita facilidade, e isso acontece também quando há uma variação na temperatura do ambiente.
Um músico irá tocar em um lugar, antes de entrar ele afina o violino, ao entrar no local as cordas desafinam no mesmo instante, pois no interior deste local está mais quente do que fora, e a umidade do ar está diferente. Logo ele tem que afinar tudo de novo, e se ele não perceber a mudança, sua apresentação pode ser um desastre.Independente das condições do ar, num período de aprox. 3 semanas o violinista deve afinar suas cordas várias vezes durante o seu treino, até que elas se acostumem com a alta pressão exercida pela afinação. Com as cordas de núcleo sintético esse fenômeno dura de 1 à 3 dias, sendo mais intenso nas primeiras 3 horas depois da troca das cordas.
Violino Antonio Stradivari, usando cordas de tripa
Apesar das desvantagens, por que alguns musicos ainda utilizam cordas de tripa?
Uma das diferenças do violino para outros instrumentos musicais é a complexidade do som. A velocidade do arco, a força exercida sobre o arco, o vibrato, as posições do dedilhado, tudo isso influi para que o som do violino seja único. A complexidade é o que faz dele um dos instrumentos mais belos. Sendo assim as cordas de tripa lhe oferece uma boa vantagem pois mesmo na corda Mí, o som tem bastante profundidade. Essas cordas são conhecidas por produzir uma grande riqueza de som, por ter um timbre quente, e trazer overtones complexos. A tensão das cordas, são mais baixas, isso é, elas não são duras para tocar, como a maioria das cordas presentes no mercado.
Os principais fabricantes do mercado é a Pirastro, Gamut, Aquila e LaFolia
O som é mais grave e a corda Mí é menos estridente. Existem muitos musicos que ainda hoje tocam com cordas de tripa, e também existem orquestras inteiras que tocam com instrumentos antigos, desde o violoncelo, baixo acústico e o Cravo que é o antecessor do piano. Um deles é o Voices of Music.
Cordas tripa de gado
Conhecidas como Gut Beef, são mais agudas do que as cordas de tripa de carneiro, e mais resistentes também. Elas não são extraídas de todo o intestino como as cordas de tripa de carneiro, e sim de uma parte mais forte. Ao contrário das cordas de tripa de carneiro, elas não apresentam tanta instabilidade. A faricante Gamut é uma das poucas que fabricam essas cordas.
Para mais informações sobre cordas de tripa acesse o site String King:
http://shop.stringking.net/gamut/index.html
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